Em primeiro lugar, eu destaco uma palavra para esse transtorno: Persecutoriedade, significa: se sentir perseguido por algo ou por alguém.
O indivíduo com esta personalidade possui uma
hipersensibilidade em relação a rejeições, acredita que está sendo sempre
explorado, que alguém o está traindo pelas costas mesmo que uma análise
racional não aponte para esta direção.
Por exemplo: ele chega em um local vê um grupo de pessoas
cochichando, imagina logo que estão falando mal dele ou que estão planejando
algo contra ele. Da mesma forma que se alguém o elogia demais acredita que essas
pessoas estão querendo explorá-lo.
A colocação correta é: busca permanente de significados
ocultos.
Enfim, para este indivíduo tem sempre alguém tramando contra
ele, tem um controle excessivo das emoções, muita desconfiança e em consequência
acaba se afastando das pessoas.
Um detalhe importante é que essa pessoa acredita ser
superior aos demais, ou seja, uma autovalorização excessiva, por isso é
inflexível, não aceita críticas, é desconfiada e também rancorosa, pois não
perdoa facilmente.
É complicado porque nos relacionamentos o sujeito possui um ciúme
doentio, está sempre desconfiado de algo, interpretando gestos, atitudes e
falas como se fosse traição ou um ataque contra si, por isso torna difícil de
se relacionar.
Como na maioria dos transtornos de personalidade a
psicoterapia é indicada nesses casos.
Importante destacar que indivíduos com personalidade paranoica
apresentam desordem de pensamentos, sentimentos e comportamentos que prejudicam
seu cotidiano e sua vida em geral.
Apesar de perceberem seus pensamentos e
comportamentos na maioria das vezes não procuram tratamento, por isso amigos e
família podem ajudar no sentido da compreensão e aconselhar o indivíduo a
buscar uma ajuda profissional.
A terapia cognitiva, por exemplo pode auxiliar
no sentido de reestruturar crenças e pensamentos, trabalhando técnicas de
resolução de problemas, questionamento da realidade. Já a Terapia centrada no
cliente pode ser eficaz também, pois enfatiza um simples apoio e acolhimento do
cliente, fazendo-o perceber participativo de sua vida e reconhecendo em si suas
dificuldades de autoestima, valorização e reconstrução.
Descrição do Transtorno da Persecutoriedade
Com um tratamento adequado o indivíduo tem a possibilidade
de se perceber e reestruturar melhor seu pensamento. Segue agora a descrição de
Transtorno de Personalidade Paranóide do livro CID 10: F 60.0 – caracterizado por:
- Sensibilidade excessiva e contratempos e rejeições;
- Tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusa a perdoar insultos e injúrias ou desfeitas;
- Desconfiança e uma tendência invasiva a distorcer experiências por interpretar erroneamente as ações neutras ou amistosas de outros como hostis ou desdenhosas;
- Um combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real;
- Suspeitas recorrentes, sem justificativa, com respeito à fidelidade sexual do cônjuge ou parceiro sexual;
- Tendência a experimentar autovalorização excessiva, manifesta em uma atitude persistente de auto-referência;
- Preocupação com explicações “conspiratórias”, não substanciadas, de eventos ocorrendo próximos ao paciente assim como no mundo. ”
Essas são as informações que caracterizam esse transtorno,
lembrando que só o profissional especializado pode dar um diagnóstico
específico para cada situação, então muito cuidado com os “achismos” por aí.
Fonte:
Livro: Classificação de Transtornos mentais e decomportamento da CID- 10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas –
Coord. Organiz. Mund. da Saúde; Trad. Dorgival Caetano – Porto Alegre: Artmed,
1993. Reimpressão 2008.
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